A Palavra Final

 

Por Tullian Tchividijan (adaptado)

 

            Nós, cristãos, temos a tendência de focalizar o fruto, enquanto o evangelho trata das raízes do problema. E o mau comportamento é o fruto de algo mais profundo. Harold Senkbeil identifica nosso verdadeiro inimigo: a morte. Ou seja, os pecados são o fruto de um problema que só Deus pode resolver. A morte é a raiz do problema.

            Todo pensamento pecaminoso tem sua origem na morte que aconteceu no Éden. Tratar do comportamento sem lidar com a morte é perpetuá-la. Os fariseus eram mestres nisso, e Jesus os chamou de “sepulcros caiados”. Muitos de nós somos culpados desse erro. Pensamos no evangelho como o programa de Deus para tornar pessoas ruins em boas e não para tornar pessoas mortas em vivas. Jesus veio para realizar uma ressurreição e não um reforma moral.

            “Muitos acham que o dilema humano é que nossas vidas estão fora de ajuste; não satisfazendo as expectativas de Deus. Portanto a salvação se trata de reorganizar nossas prioridades e ajustar a vida para corresponder a vontade de Deus. Este erro acaba por levar as pessoas a pensarem que merecem a sua própria salvação”.

            É verdade que vidas pecaminosas estão fora de ajuste. Todos necessitam da santificação do Espírito. Mas isso vem depois que o problema é resolvido. Os pecados são o sintoma. O verdadeiro problema é a morte espiritual – ser separado de Deus para sempre.

            Ao morrer, Jesus absorveu nossa morte, e ressuscitou, removendo o poder do sepulcro. Na promessa da ressurreição, a morte perde seu poder. Quando morremos com Jesus, de fato vivemos! Santificação consiste da compreensão diária de que em Cristo morremos e ressuscitamos. Mudança de vida acontece à medida que o coração assimila diariamente a morte e a vida. Reforma diária é fruto de ressurreição diária. Entender isso de outra maneira é perder o poder e principal ensino do evangelho. Lutero diz que “o pecado atrás de todo pecado é a mentira da serpente de que não podemos confiar no amor e na graça de Cristo e temos de tomar as questões em nossas mãos”.

            “Em meu lugar, condenado ele foi e com seu sangue meu perdão selou – aleluia! Que Salvador!” Aprender a amar diariamente esta troca gloriosa, descansar em sua completude e viver sob a sua bandeira é o que significa ser moralmente reformado!